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Uma trama de suspense, erotismo e filosofia, construída pelos 64 caminhos do I Ching.
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Contos da Era Bolsonaro - baixe o livro gratuitamente:
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Iludido pelas façanhas dos arquivilões do cinema, eu insistia em procurar por algum Gênio do Mal por trás de tanta iniquidade. Mas não deixa de ser animadora a descoberta de hoje: a estupidez é a outra face da crueldade na moeda corrente do bolsonarismo.

Aí veio em meu auxílio a feliz lembrança da fala de JB Pritzker, governador de Illinois (EUA): “Como você identifica um idiota? Procure pela pessoa que é cruel. A pessoa mais gentil na sala é frequentemente a mais inteligente.” (www.instagram.com/reels/DP1kgH...)

Mas essa escandalosa e definitiva prova da imbecilidade fundamental do bolsonarismo não deixa dúvidas: as vidas desnecessariamente sacrificadas à Covid e todo esse ódio espalhado em nossa atmosfera não foram em nome do Diabo, mas da pura e simples estupidez humana.

Percebi que não sentiria tanta raiva se Bolsonaro fosse uma espécie de Voldemort ou Darth Vader, ou mesmo o próprio Satanás encarnado. Doeria menos se eu tivesse me desencantado com tanta gente por conta das astúcias do Príncipe das Trevas.

Xinguei mentalmente os parentes e amigos que abusaram da família e da amizade ao tentar me catequizar no evangelho do Capetão: “É esse pateta o herói de vocês???”

Ao mesmo tempo, sinto que o livro chega à sua conclusão no momento exato, em que tinha que ser. Só gratidão. E viva Deus! Viva meu mestre! Viva a capoeira!

Estou apenas algumas horas, muitos dias e meses e cinco anos atrasado, desde que impetuosamente anunciei (em um programa de televisão) que o livro estaria pronto em abril de 2020.

E assim,
pela possibilidade da beleza,
a vida se conserta
e nos mostra
o caminho de casa.

Fabio Shiva

#poesia

Eles nos jogam
nos porões dos navios,
nos campos de trabalhos forçados,
nas celas dos presídios,
nas anônimas covas coletivas,
mas não morremos.

Seguimos sempre,
movidos pela necessidade
de que a dor dê a luz ao belo
que eles tanto temem.

E nós choramos,
sofremos
e sangramos,
mas não morremos.

Seguimos adiante,
contando a nossa história

em verso e prosa,
em passos de dança,
em canções de ninar para nossos filhos,
no batuque de mil tambores
que jamais serão calados.

E nenhum deles tem o dendê, o caos, a loucura (ingredientes para uma ótima literatura!) e a transcendência de Shiva! NÃO devemos, de modo algum, abandonar os grandes do passado; contudo, precisamos urgentemente conhecer os nossos grandes do presente!”

Gilvã Mendes