Acho que esse filme me pegou mais pelo emocional que pelo racional.

É cheio de camadas, né?

Não entendo quase nada de cinema, mas de Recife conheço um pouco e ativei minha memória afetiva de criança. Achei "O agente secreto" uma obra-prima. Muito Brasil. Mas vá lá e veja se é mesmo isso tudo, e depois me conte o que achou.

Tem impressões que ainda estou digerindo e outras que só vou me dar conta quando assistir ao filme mais vezes. Signos, referências, falas e silêncios. Gestos sutis de generosidade que dizem tanto (como o copo de cerveja oferecido ao forasteiro).

Um clichê verdadeiro: "O agente secreto" é um filme intensamente brasileiro e, por isso mesmo, universal. Tou muito feliz com seu sucesso internacional, mas tem coisas que só mesmo a gente daqui vai conseguir captar.

Recife é também personagem. A cena de carnaval de rua, construída com uma autenticidade que só uma equipe pernambucana conseguiria. O povo nas ruas, o comércio ambulante, a repartição pública, o brilho de suor nos rostos, a trilha de maracatu...

Fiquei impressionado com a atenção meticulosa aos detalhes. A maneira do carteiro segurar os telegramas com os dedos tava enterrada nas minhas lembranças dos anos 1970 e de repente renasceu. O fusca amarelo da primeira cena - meu primeiro carro, tempos depois.

A lenda urbana da "perna cabeluda" faz parte do cotidiano dos recifenses daquela época. Esse resgate é muito bem amarrado em 2 ou 3 min de horror pontuado de humor. Nisso também, o filme de Kleber é uma declaração de amor ao Recife. Um amor nostálgico como o que sinto - saí de lá aos 12 anos.

O filme é muitas coisas, mas essencialmente sobre o apagamento da memória, tão marcante na sociedade brasileira em relação às mazelas e horrores da ditadura. Mas é bem diferente de "Ainda estou aqui". O foco é mais nos micropoderes do "guardinha da esquina" e seus efeitos na gente comum.

Cada personagem, por menor que seja a participação, carrega um mundo dentro de si. São todos spin-offs ambulantes em potencial. Assim como os personagens, a história é cheia de camadas, de complexidades que não precisam ficar explícitas. "O agente secreto" é uma matriosca pernambucana.

Eu passaria mais duas horas com aqueles personagens maravilhosos. Que elenco! A começar por Wagner Moura, um puta ator que não precisa fazer careta pra passar o sentimento de quem carrega uma dor contida e um interesse genuíno nos outros. Tânia Maria também brilha com uma interpretação encantadora.

Sem spoilers: "O agente secreto" não é uma história sobre um 007 brasileiro, o título é metafórico. Tem ação, mas é reflexivo. Tem humor, mas não é comédia. É longo (2h40), mas "flui como um tubarão nadando", como ouvi numa das críticas. A gente nem sente o tempo passar.

Para ajustar expectativas: não espere um filme "fácil", linearzinho. É assumidamente autoral e o diretor sabia exatamente o que estava fazendo em cada cena, cada diálogo do roteiro, cada movimento de câmera.

Começo então pela reconstituição de época. É perfeita! Tem uma cena em que o protagonista olha da sala de projeção do São Luiz para a paisagem do rio Capibaribe. Caminhei muito por aquela ponte e botei carta no prédio dos correios, aquele com as colunas enormes e teto alto.

"Both malware strains can 'dynamically generate malicious scripts, obfuscate their own code to evade detection and leverage AI models to create malicious functions on demand," according to the report.' "

~ Axios

"Driving the news: Researchers in Google's Threat Intelligence Group have discovered two new malware strains — PromptFlux and PromptSteal — that use large language models to change their behavior mid-attack.

"Why it matters: The discovery suggests adversarial hackers are moving closer to operationalizing generative AI to supercharge their attacks.

"Google researchers have identified what they say is the first known case of hackers using AI-powered malware in a real-world cyberattack, according to findings published today.